Pacotão de segurança: vírus via MSN e preço de antivírus

14-11-2009 13:34

 Programas de proteção podem apresentar brechas de segurança.

Colunista também responde dúvidas sobre o novo antivírus da Microsoft.

 O pacotão de segurança de hoje traz respostas para dúvidas variadas. São elas: o MSN é um dos principais meios de entrada para vírus? Por que os antivírus são caros? O Microsoft Security Essentials é bom para ambientes em rede? Por que nunca se lê que sobre vulnerabilidades em antivírus? Confira!


Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados, etc), vá até o fim da reportagem e utilize a seção de comentários. A coluna responde perguntas deixadas por leitores todas as quartas-feiras.  

>>> MSN e vírus 
O MSN é um dos principais causadores da entrada de vírus no sistema? 
Bono Yilgner 

 

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Programas de mensagem instantânea são usados para disseminação de pragas digitais. (Foto: Reprodução)

MSN é um meio de entrada comum de pragas digitais como qualquer outro serviço de comunicação popular na internet. Mas os vírus não exploram algum tipo de vulnerabilidade no programa para realizar uma “invasão”. O que acontece é que um contato, quando é infectado, encaminha, sem querer e sem perceber, o mesmo link malicioso para todos que estão na sua lista. Isso independe do cliente de mensagem instantânea utilizado. O mesmo ocorre com o AIM, da America On-Line, o Gtalk e outros. 

Se você estiver atento, é fácil notar quando algum link diferente foi enviado por um de seus amigos. Você pode tentar confirmar com ele que o link foi enviado. Mas cuidado: existem pragas avançadas que conseguem, inclusive, confirmar (em mais de um idioma) que aquele link foi, sim, enviado e que “não é vírus”. 

A Microsoft tem tentado filtrar mensagens maliciosas na rede do MSN. Como resultado, alguns links legítimos também podem ser bloqueados. E, ainda assim, não é possível confiar que todos os links infectados são bloqueados. O importante é estar atento e avaliar bem o endereço do site que você está acessando ao realizar o clique. 

>>> Preço dos antivírus 
Por que os antivírus são tão caros? Alguns são gratuitos, mas não inspiram confiança. 
Osvaldo 

A indústria antivírus é, certamente, muito lucrativa. No entanto, softwares são caros, apesar de quase sempre existir alguma concorrência gratuita ou preço muito baixo. Por isso, não cabe à coluna avaliar se o preço dos antivírus é justo ou não. 

Mas valem algumas observações. Primeiro, o antivírus é um software que requer atualização constante. Isso exige uma equipe cara para ser mantida, o que acaba jogando o preço dos produtos para cima. 

No caso dos antivírus gratuitos, quem viabiliza essa infraestrutura são os clientes pagantes, geralmente empresas e usuários domésticos que possuem mais de um computador em rede. 

Há antivírus gratuitos que, em alguns casos, se equivalem aos softwares pagos. É importante lembrar sempre que a mesma tecnologia é usada pela empresa em suas soluções para o mercado empresarial, que paga e muito bem. 

Se o valor dos antivírus está acima do que deveria estar ou não, aí é uma questão de mercado. Os produtos estão aí e os usuários estão pagando. Enquanto isso se manter, o preço não deve baixar.

 

>>> Microsoft Security Essentials 
Bom dia, gostaria de saber se o senhor já conhece o antivírus lançado recentemente pela Microsoft (Security Essentials) e se tem algo a dizer sobre sua eficácia. Eu trabalho em uma universidade e estamos fazendo testes sobre o desempenho desse software e gostaria de reunir opiniões sobre o mesmo. 
Jefferson Antunes 

 

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Antivírus da Microsoft cumpre o que promete, mas não é destinado a computadores gerenciados em rede. (Foto: Reprodução)

A coluna analisou o antivírus gratuito da Microsoft. É um software interessante para o que se propõe. 

Mas, no seu caso específico, se você está pensando em usá-lo nos computadores da universidade, não é uma boa ideia, e o mesmo pode ser dito de todos os antivírus gratuitos. Proteger um grande número de máquinas em rede é mais difícil do que proteger um único computador. A solução antivírus utilizada deve possuir recursos que facilitam o gerenciamento do software. 

A própria Microsoft oferece um produto para redes, assim como quase todas as grandes empresas antivírus. É uma classe diferente de soluções e que, no seu caso, merece muito mais atenção. 

Se a rede for pequena e a administração e o gerenciamento delas não for um problema, talvez o Security Essentials seja interessante. Idealmente, será usado um antivírus em grande parte dos computadores da universidade e todos serão administrados de forma centralizada. 

>>>Vulnerabilidade em antivírus 
Por que não se vê noticias de que um antivírus contém um erro que permitiu algum tipo de invasão? Eles são seguros do ponto de vista de segurança, alem da detecção de pragas? 
Wellington 

Os softwares de segurança, assim como quaisquer outros, também possuem brechas. No caso dos antivírus, as falhas são geralmente de baixo impacto. Muitas vezes elas se limitam a um erro de processamento que poderia permitir a execução de um vírus quando um determinado arquivo é examinado. Além disso, os usuários atualizam o programa com frequência e, portanto, logo ficam protegidos. Mas vulnerabilidades existem. 

Se você quer conferir, procure pelo nome do fabricante do seu antivírus na lista da Secunia. Você provavelmente encontrará diversas vulnerabilidades envolvendo os produtos da empresa, quando não o próprio antivírus. 

O caso mais notório de um vírus que se espalhou por uma brecha em um software de segurança ocorreu em 2004. A praga digital Witty usava uma vulnerabilidade no firewall BlackICE da Internet Security Systems (ISS) e conseguia infectar máquinas sem nenhuma interação do usuário. 

A ISS, que hoje é parte da IBM, não vende mais este firewall, mas, assim como o BlackICE, qualquer outro produto de segurança pode conter alguma vulnerabilidade crítica. Eles necessitam de atualizações como qualquer outro software. 

O pacotão de hoje termina aqui. Se você tem outra dúvida de segurança, uma crítica ou uma sugestão de pauta use o espaço para comentários logo abaixo. A coluna responde dúvidas todas as quartas-feiras. Na sexta-feira (6), volto com os fatos de segurança da informação que marcaram a semana. Até lá! 
 
* Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais, entre outras atividades. Na coluna “Segurança para o PC”, o especialista também vai tirar dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários.Fonte: Globo